Os policiais civis do Rio Grande do Norte querem a retirada imediata dos presos das delegacias e podem decretar greve ainda neste mês. A afirmação foi da presidente do Sindicato dos Policiais Civis e da Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sinpol/RN), Vilma Marinho, sobre a principal reivindicação da categoria, entregue em um relatório ao secretário estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, Agripino Neto.
Uma assembleia no próximo dia 18 irá decidir os rumos da paralisação, mas o Sinpol adiantou que os policiais civis já encontram-se em estado de greve. "O secretário nos prometeu tentar conseguir uma audiência com a governadora Wilma de Faria, desde o dia 21 de setembro, mas até agora não obtivemos retorno", afirmou Vilma. "Se não conseguirmos falar com ela até lá, para cobrar mudanças, as chances de uma paralisação são grandes".
Além da retirada dos presos das delegacias, a categoria quer a resolução de processos de promoção que estão pendentes há anos, segundo o Sinpol, a reestruturação do plano de cargos e salários dos policiais civis e participação na reforma do estatuto. "Montamos uma comissão para participar dessa mudança e fomos questionados pelo conselho superior. Eles querem uma reforma de cima para baixo, e nós não vamos permitir que isso aconteça", disse a presidente.
O Sinpol também reclama melhores condições de trabalho. "No relatório que enviamos ao secretário, informamos a situação precária em que trabalha a Polícia Civil no estado", comentou Vilma. De acordo com ela, apenas 26,36% dos municípios potiguares tem policiais civis, e o número previsto de candidatos a serem nomeados no último consurso realizado pela Sesed não supre o déficit. "É uma gota de água no oceano", comparou.
A partir da próxima semana, segundo a presidente do Sinpol, uma campanha publicitária deverá informar à população as reivindicações da classe. "A situação das delegacias, que é nosso principal foco, não é um problema grave só para a categoria, mas para toda a sociedade civil", disse. "Há 20 anos, quando entrei na polícia, éramos mais respeitados e não cuidávamos de preso. Era um tempo melhor", lembrou a agente. Para Vilma, "tudo se desenvolveu, a população aumentou, mas a polícia andou para trás".
No dia 18, além da reunião, pela manhã, na sede do Sinpol (avenida Rio Branco, Cidade Alta), a categoria planeja um ato público em frente à Assembleia Legislativa, à tarde. A greve, segundo Vilma, pode ser decretada de imediato ou ser agendada. "Chegamos no limite, não há como continuar a trabalhar desta forma. Estamos dispostos a ir até o fim para conseguir mudar a situação, sobretudo no que diz respeito às delegacias", enfatizou.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário