sábado, 24 de outubro de 2009

São Gonçalo está entre as cidades mais violentas do estado

São Gonçalo do Amarante, município integrante da região metropolitana de Natal, está diante de um desafio: ou passa por uma reformulação urgente em seu sistema de segurança ou corre o risco de chegar a uma situação fora de controle. A estatística dos homicídios ocorridos na cidade demonstram a escalada da violência. Até julho deste ano 35 pessoas foram assassinadas, o mesmo número registrado em todo o ano de 2008.

Os números são da Coordenadoria de Direitos Humanos do RN. O estudo diz ainda que a maior parte das vítimas (14) tinha entre 16 e 20 anos, e que 77,14% delas (27) não tinha alcançado ainda os 25.

Outra estatística alarmante é a que demonstra que em 2004, 20 homicídios foram registrados no município. Isto é, em quatro anos o número de mortes quase que dobrou.

São Gonçalo tem uma geografia que dificulta o policiamento. A população se espalha pela sede do município, e ainda pela área limítrofe com a capital, como os bairros de Jardim Lola e Igapó e ainda cerca de 60 distritos rurais. A estrutura policial ainda é deficiente e não consegue atender à demanda. Uma única delegacia, por exemplo, investiga atualmente cerca de 200 inquéritos.

O coordenador de Direitos Humanos do estado, Marcus Dionísio, explica que São Gonçalo faz parte de uma franja de criminalidade que envolve as cidades que rodeiam Natal. E que a violência migra à medida em que a polícia começa agir em áreas específicas. “São Gonçalo e Extremoz ocupam hoje o lugar que era ocupado até pouco tempo por Parnamirim e Macaíba”, disse Marcus Dionísio.

Extremoz também passa por uma grave escalada na violência. O número de homicídios pulou para 20 em todo o ano de 2008 para 24 até julho deste ano. Segundo o coordenador de Direitos Humanos, ambas as cidades têm os mesmos problemas das áreas periféricas de Natal. Falhas que demonstram a ausência do poder público e incentivam a ação dos criminosos.

Irregularidade fundiária, áreas com pouca iluminação e calçamento, e deficiência nos sistemas de saúde, educação e segurança foram alguns dos problemas listados por Marcus Dionísio. “Há ainda a perversidade da existência de uma cultura de massa consumista e o contraponto de uma distribuição de renda irregular. Além do papel da presença do crack nas comunidades”, frisou.

Do outro lado do processo, o coordenador de Direitos Humanos se preocupa com duas situações em especial. A primeira diz respeito à falta de um sistema público de tratamento de jovens dependentes de drogas e a generalização dos homicídios, como se todos fossem cometidos pelos conflitos gerados no tráfico de drogas.

Um comentário:

  1. isso é preciso ser visto de bom olhos pq nossa populaçao esta andando meio frustado com tanta violencia

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