O número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, no Rio Grande do Norte, vai saltar de 291 mil para 319 mil até 31 de outubro de 2009, segundo a coordenadora estadual do Cadastro Único do Bolsa Família da Secretaria Estadual do Trabalho, Habitação e Assistência Social, Rosângela Medeiros. Em todo o Brasil, O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) incluiu em agosto 573.884 domícilios no programa.
Apenas na região Nordeste, foram inseridas mais de 210 mil famílias, representando o maior número no país. A dona de casa Maria Selma da Silva, 21, recebe o Bolsa Família desde 2007. Com o dinheiro, ela paga o aluguel de R$ 60 e ainda compra alguns itens da alimentação. Selma recebe R$ 102 por mês, mas para isso precisa comprovar que as crianças estão frequentando a escola e com o cartão de vacinas em dia.
"O Bolsa Família é uma ajuda grande. É com esse dinheiro que eu sobrevivo", relata. Selma teme deixar de receber o benefício do governo federal. "Se cortarem o Bolsa Família, vai ficar muito difícil para mim e para todas as famílias que recebem. Se eu deixar de receber o dinheiro, vou morar embaixo do viaduto. Não vou ter condições de pagar aluguel".
A coordenadora estadual do Bolsa Família, Rosângela Medeiros, explica para se inscrever no Cadastro Único do Bolsa Família é preciso comprovar a renda per capita dos membros da família.
Podem se inscrever no programa famílias que vivem situação de extrema pobreza e recebem até R$ 70 por pessoa e famílias em situação de pobreza que ganham até R$ 140 por pessoa.
Na Casa de Jeane do Nascimento Oliveira, 17, a bolsa no valor de R$ 62,00 alimenta 11 pessoas. Ao todo, são cinco crianças, três adolescentes e dois adultos que sobrevivem com o benefício. Jeane carrega uma grande responsabilidade. Não pode faltar um dia sequer na escola para não interromper o recebimento do Bolsa Família. Sua mãe recebe o benefício desde 2002.
O valor poderia ser maior, caso as cinco crianças estivessem matriculadas em creches. Jeane explica que os sobrinhos não estão matriculados, por que a creche do Passo da Pátria está desativada e toda a estrutura em ferro foi roubada. A mãe de Jeane trabalha como diarista para aumentar a renda familiar. "Não posso deixar de estudar.
O dinheiro só dá para ir ao supermercado e comprar arroz, feijão, açúcar e acaba. Quando não tem mistura é só arroz e feijão puro. Só quem passa é que sabe o que é", relata a estudante. Rosa Lindolfo Moisinho, 26, recebe o Bolsa Família desde 2000. Ela recebe R$ 62 por mês para sustentar os três filhos de sete, cinco e dois anos.
"O dinheiro dá para comprar apenas roupa e calçado para os meninos, mas não dá para comprar comida para as crianças", revela. Apesar de considerar baixo o valor do benefício, Rosa reconhece que o dinheiro ajuda nas despesas da casa.
Critérios A coordenadora estadual do programa, Rosângela Medeiros, defende que o benefício muda radicalmente a vida da nova geração.
Para receber o benefício é necessário comprovar que as crianças e adolescentes estão matriculados na rede pública de ensino e com a vacinação em dia. "Tem muita coisa agregada ao programa. Já vemos mudanças positivas no Rio Grande do Norte depois da distribuição do Bolsa Família, como por exemplo, a redução do número de internações hospitalares, da desnutrição e da mortalidade infantil".
Como se inscrever - Para se inscrever no Cadastro Único do Bolsa Família, basta ir até a Secretaria Municipal de Assistência Social de seu município, apresentar os documentos pessoais e comprovar a renda familiar.
- Os dados serão enviados para Brasília e analisados no Ministério de Desenvolvimento Social, que avaliará as famílias a serem beneficiadas. - Se aprovada a inscrição, o Ministério envia o cartão do Bolsa Família diretamente às agências da Caixa Econômica Federal, onde as famílias podem receber o benefício mensalmente.
O valor varia de acordo com o número de crianças, adolescentes matriculados na escola.
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