quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Prisões em Pequim podem afetar na economia de Jucurutu


A prisão de quatro executivos em Pequim, efetuada em julho pelo governo chinês, pode alterar os planos que a mineradora Mhag anunciou recentemente para a mina de ferro da serra do Bonito, situada em Jucurutu, e a logística da exportação de seu minério.

Suspeitando de que os quatro estariam fazendo espionagem contra o planejamento governamental de longo prazo aplicado à economia e principalmente à aciaria, a polícia chinesa tornou incomunicáveis executivos que, do seu ponto de vista, estariam promovendo um enorme sobrepreço na importação de ferro oriundo da Austrália.

Desde então, o mundo inteiro examina o episódio como sintoma da falta de garantias de que o Estado chinês não tente, subitamente, se impor sobre relações meramente mercantis. Pequim acusa a mineradora Rio Tinto, cujo nome nem de longe sugere sua origem anglo-australiana, de ao longo de oito anos arrancar fraudulentamente da estatal local do setor algo em torno de 120 bilhões de dólares, através da imposição de preços muito superiores aos cobrados a outros importadores, como o vizinho Japão.

Sem que se tenha idéia de como terminará este “imbróglio”, empresários baseados em Natal se perguntam sobre se ao colidir com a Rio Tinto o governo chinês estenderá suas restrições a todos os fornecedores de ferro, na tentativa de se colocar acima de acordos internacionais de fixação de preços.
Nesse caso, a medida poderia atingir duramente os planos da Mhag, que espera retomar o processo de extração de ferro em outubro, ampliar em muito sua produção e o perímetro em que minera e, num passo subsequente, implantar um terminal graneleiro no litoral potiguar, a fim de substituir a logística adotada desde 2007, complicadíssima.


Como se sabe, o ferro sai da serra sobre enormes carretas que destroem o asfalto por onde trafegam, e transferido para trem no interior da Paraíba e embarcado em grandes navios no terminal de Suape, em Pernambuco.

Caso as restrições chinesas só atinjam a Rio Tinto, é possível que a mineração em Jucurutu venha até a ser beneficiada pelo “affaire”, com a ampliação das compras de ferro potiguar pelos chineses. A forma enigmática como os chineses agem a respeito não facilita a formulação de qualquer prognóstico.

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